A capital pernambucana será a primeira cidade do Brasil a exibir o aguardado longa “O Agente Secreto”, estrelado por Wagner Moura, Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Alice Carvalho, Thomás Aquino e o alemão Udo Kier. A produção chega aos cinemas do país em novembro, com distribuição da Vitrine Filmes. Em Recife, a sessão especial será em 10 de setembro, às 19h, no Cineteatro do Parque.
Retrato da situação do Brasil nos anos 70
Com um enredo denso e carregado de suspense, o filme é ambientado em Recife, no final da década de 1970, período marcado pela repressão da Ditadura Militar no Brasil. Desse modo, a cidade, além de cenário da trama, será também palco da primeira exibição pública do longa no país.
Espionagem, tensão política e drama pessoal no coração do Recife
“O Agente Secreto” acompanha a história de Marcelo, interpretado por Wagner Moura, um professor universitário e especialista em tecnologia que retorna à sua cidade natal, Recife, após episódios traumáticos vividos em São Paulo. De volta ao Nordeste, ele tenta reconstruir sua vida familiar, mas logo se vê enredado em um sistema de vigilância política que utiliza tecnologia de ponta para monitorar opositores do regime.
A princípio, a narrativa conduz o público por uma atmosfera de paranoia, dilemas morais e perseguição, com referências diretas ao contexto histórico da ditadura e à influência da tecnologia como instrumento de controle social.
Recife é protagonista no cinema e na história
Além de servir como pano de fundo da narrativa, Recife também ganha destaque na estreia oficial do longa, sendo a primeira capital brasileira a exibir o filme. A escolha reforça a importância simbólica e cultural da cidade, que durante o período retratado no filme também foi um centro de efervescência política e resistência artística.
Na sessão especial de pré-lançamento, realizada em clima de celebração ao frevo e à cultura local, o público foi recebido com sombrinhas de frevo e leques personalizados com as frases:
“Luz, Câmera, Frevo” e “Recife, a cidade do Agente Secreto”.
Em suma, a trilha sonora também presta homenagem ao Nordeste, com clássicos como:
- “Voltei Recife” (Luiz Bandeira)
- “Frevo Mulher” (Zé Ramalho)
- “Pagode Russo” (Luiz Gonzaga)
- “Relembrando o Norte” (Severino Araújo)
- “Três da Tarde” (Lídio Francisco e Lídio Macacão)
- “Bom Demais” (J. Michiles)
- “Vassourinhas” (Joana Batista e Matias da Rocha)
- Encerrando com “Ciranda de Maluco”, de Otto
Recife no centro do cinema nacional
Com produções cada vez mais conectadas à identidade regional, o cinema brasileiro valoriza histórias ambientadas fora do eixo Rio-São Paulo. “O Agente Secreto” reforça essa tendência ao colocar Recife como personagem principal em uma trama que mistura política, tecnologia, memória e resistência.
A estreia do filme em solo pernambucano deve movimentar o circuito cultural local e gerar debates sobre temas ainda urgentes na sociedade brasileira.
Sucesso entre críticos e destaque em festivais internacionais
Antes mesmo da estreia comercial, “O Agente Secreto” já conquistou espaço em importantes festivais internacionais. São eles: Festival de Berlim e o Festival de Toronto, onde foi elogiado por sua estética apurada, o roteiro envolvente e as atuações intensas.
Ao mesmo tempo, a performance de Wagner Moura tem sido apontada como uma das mais impactantes de sua carreira. Da mesma forma, o filme já aparece em listas de apostas para prêmios de cinema no Brasil e no exterior.
Assim, críticos destacam a originalidade da trama ao unir suspense político, crítica social e memória histórica, tudo isso com uma narrativa profundamente brasileira.
